terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Neste Mundo...


Neste mundo em que esquecemos
Somos sombras de quem somos,
E os gestos reais que temos
No outro em que, almas, vivemos,
São aqui esgares e assomos.

Tudo é noturno e confuso
No que entre nós aqui há.
Projeções, fumo difuso
Do lume que brilha ocluso
Ao olhar que a vida dá.

Mas um ou outro, um momento,
Olhando bem, pode ver
Na sombra e seu movimento
Qual no outro mundo é o intento
Do gesto que o faz viver.

E então encontra o sentido
Do que aqui está a esgarar,
E volve ao seu corpo ido,
Imaginado e entendido,
A intuição de um olhar.

Sombra do corpo saudosa,
Mentira que sente o laço
Que a liga à maravilhosa
Verdade que a lança, ansiosa,
No chão do tempo e do espaço.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Tudo fica mais fácil…



Toda a gente, fora as chatas e normais excepções, é infeliz, nem que só um pouco! Toda a gente sofre, toda a gente chora, toda a gente agonia, enquanto vive. Todos sofrem, todos têm vidas miseráveis. Portugueses, alemães, espanhóis, franceses, todos sofrem independentemente de nível social, idade ou sexo. Uns sofrem mais que outros naturalmente. Uns queixam-se, outros não, uns choram, outros gritam, mas internamente todos se queixam, ou pelo menos, todos se sentem infelizes.

Toda a gente tem uma vida miserável,
toda a gente sofre, mas se assim é,
se assim tem de ser,
eu aproveito para sorrir um pouco mais
com a minha própria miséria…
tudo fica mais fácil…
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Leve e Suave



Enquanto fazia a cama, encontrei uma pena entre os lençóis. Branca, suave e leve. Tão frágil e pequena. Parecia quase um delicado trevo da sorte. Achei o acaso muito estranho. Como foi a pena lá parar? Bem no meio dos lençóis?

Abri a janela e soltei-a ao vento, vi-a desaparecer com leveza de um flutuar oscilante. Fechei a janela e entreguei-me à rotina diária…

Ao final do dia, fui para o meu quarto, fechei a porta, baixei a persiana, sentei-me na cama, agarrei no portátil e comecei a escrever. Comecei a escrever com a alma, a escrever para mim. Iniciei com grandes frases de significado complexo e acabei com simples sílabas conjugadas entre si. Do nada, comecei a sentir uma forte comichão na perna. Olhei para ela e vi-a. Vi uma pequena pena que surgia frágil e , igualzinha à que encontrara de manhã…

Eu estou a aprender a voar…
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domingo, 27 de dezembro de 2009

Cover Sleeve

I wonder if i ever let you down
did you keep on moving
I wonder, when i took my feet from off your ground
did you keep on going

If you ever need me, just remember
all the times when we wandered free
If you ever miss me, don't you know
that i feel the same way

I wonder, did i ever fail you
did you give up dreaming
I wonder, when i had to go
did you stop believing

Don't you know every sould must grow older
but our past belongs to you
and it should make you stronger

If you ever need me, just remember
all the times when we wandered free
If you ever miss me, don't you know
that i feel the same way

Don't stop moving, you must keep on going
don't you stop believing, you should go on dreaming
Don't stop moving, you must keep on going
don't you stop believing,'cause its people like you that make the world go...

If you ever need me, just remember
all the times when we wandered free
If you ever miss me, don't you know
that i feel the same way

If you ever need me, just remember
and i'll always be there
If you ever miss me, don't you know
...don't you know...
...we will meet again
...we will meet again

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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

(Des)Programar



Que engraçado, a vida é mesmo tramada! Ela troca-nos as voltas assim de um momento para o outro. Os largos minutos que levamos a programar toda uma semana as circunstâncias de vida levam escasso segundos para desprogramar tudo... Depois ficas um tanto ou quanto para o desnorteado e com os compromissos a cobrarem a tua disponibilidade...e limitas-te apenas a dizer, pois eu podia, mas já não posso porque... e vais-te desculpando quando na verdade desprogramaram tudo o que tinhas programado. Eu já devia estar habituada, mas não sei porquê, eu ainda insisto em tentar programar os meus dias!!!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Um ponto de vista...



Saudade ou lembrança?
Parecem iguais
Mas, diferem no sentir…
Lembrança pertence à memória, saudade pertence ao coração!
Lembranças…tens de uma música, de um cheiro, de uma palavra… do que vais vivendo em geral…
Saudade, essa emerge sozinha do fundo do peito onde está guardada…do que é importante para ti, do que te marco de alguma forma…
A lembrança quando é boa, fica para ser lembrada… se é má… logo é afastada por outra lembrança, outro pensamento, outra pessoa.
Saudade é sempre boa, mesmo quando dói, e não se apaga com outra. Ela coexiste com um novo amor, uma nova amizade, uma nova vida.
A Lembrança só existe de algo real, de um lugar, uma época, uma pessoa.
A Saudade pode ser do que não houve, de uma possibilidade, de lábios jamais tocados, de um desejo por concretizar.
Lembranças… podem ser descritas, localizadas no espaço e no tempo…
Saudades…são dos poetas… são pautadas em rimas e melodias…
A lembrança pode despontar sem som, pode não doer.
A saudade jamais surge sem som… se ela vier sem música de fundo, nós colocamos… só para ficar mais bonita, mais sentida, para preencher a alma vazia.
Lembrança aceita as nossas ordens, vai e volta quando queremos….
Saudade é irreverente, independente e auto-suficiente…




Saudades com lembranças...
Lembranças com saudades....
(Baseado num texto que li)

sábado, 19 de dezembro de 2009

Empty life...


Desprezam o que os fez verdadeiramente felizes e apegam-se ao que desiludiu, feriu…e assim vivem numa corrida ofegante em que disputam quem magoou mais…e esquecem de lembrar que um fez sorrir o outro, que juntos foram felizes e deram sentido aos dias....




São cadáveres, destroços, ruínas
São cansaço, desilusão, descrença
São indiferença, desapego, amargura
São corpos estirados, apagados, vazios
De vida…

domingo, 13 de dezembro de 2009

Tão cedo passa tudo quanto passa...



Tão cedo passa tudo quanto passa!
Morre tão jovem ante os deuses quanto
Morre! Tudo é tão pouco!
Nada se sabe, tudo se imagina.
Circunda-te de rosas, ama, bebe
E cala. O mais é nada.


Ricardo Reis - Odes De Ricardo Reis

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Nu Artistico...










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Há muito que o nu de um corpo é admirado. O nu surge como uma arte e o corpo humano sempre chamou atenção pela sua beleza inerente, sendo por isso, recriado na escultura, pintura, fotografia. Um corpo pode transmitir um misto de beleza e sensualidade onde se exalta um equilíbrio subtil e harmonioso de curvas, pele, expressão, atitudes…

Hoje a representação do nu está um pouco vulgarizado pela pornografia e por trabalhos que visam apenas o erótico, no entanto, de alguma forma acaba por fazer parte da arte também.

Não existe pecado na natureza e é assim que o nu artístico deve ser tratado. A nudez instiga e inspira formas, arte e estilos evocando o amor, a natureza e a paixão do homem pela beleza de um corpo.
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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Michael Bublé em Portugal

A notícia que tanto esperavamos: Michael Bublé em Portugal em 2010! A data e onde será ainda são desconhecidos mas está confirmado que ele virá!
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O rapaz do pijama às riscas.

Bruno, um rapaz de 8 anos, é o filho mais novo de um casal que vive numa luxuosa casa em Berlim durante a II Guerra Mundial. Seu pai é um agente nazi que acaba de ser promovido e leva sua família a abandonar a casa na cidade para irem viver no campo, uma região despovoada onde o pequeno jovem não encontra ninguém para brincar. Movido pela curiosidade e pela ânsia de fazer amigos para brincar, Bruno desobedece às ordens da mãe e começa a explorar o jardim, por de traz da casa, na procura da quinta que viu ali perto. É nesse local que Bruno faz um amigo, Shmuel, um menino de sua idade que vive sofrimento de ser Judeu. Esta amizade com o rapaz do pijama às riscas que se encontra preso por uma vedação vai levar Bruno a descobrir a realidade do mundo que o rodeia.

Esta amizade acaba por ter consequências catastróficas para Bruno embora rapidamente se aperceba que a história, toda ela, é um momento catastrófico para milhões que pessoas e que Bruno é mais uma entre tantas.


Gostei de todo o filme, mas especialmente do final. A forma como se estende o final da história em que alternam cenas entre o percurso de Bruno e de Shmuel para as câmaras de gás e a procura desenfreada de Bruno pela família prolonga o suspense criando-se uma grande envolvência entre os espectadores e as personagens.
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Uma citação



"A estrada deita- se debaixo dos pés para servir.
A gota de orvalho desfaz-se na terra para servir.
O grão de areia que niguém vê enterrado no alicerce sustenta nos ombros o arranha-céu para servir. No entanto, a pedra mais alta, soberba, no cimo da torre é aquela que menos serve, que menos peso carrega."
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Os gestos mais simples de
doação carregam significados
nobres e muitas vezes
inesqueciveis, transformando
companheiros de rotina em
grandes amigos.



Adapatação - Padre Tarcísio Marchiori


sábado, 5 de dezembro de 2009

Rain


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Chove
Lá fora
O céu parece que chora
Lágrimas de uma melancolia suave
Em que o seu bater ritmado faz lembrar
Uma melodia que acalma o espírito
Enquanto ouço a chuva cair
O mundo fica vazio
E o turbilhão que é a vida
Abranda e desvanece...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Luar...

O silêncio enfim se fez
Contemplo a noite com brandura
Lá, ao longe no céu límpido e estrelado
Vejo a lua inundada de ternura
Faço-me menina igual sonhadora
Desperto sentidos e desejos
E anseio a ti chegar

Visto-me de luar
De intensa luz
E do topo do mundo
Olho para o planeta
Percorro vales, montanhas,
Rios e mares
Encontro-me num recanto

A noite sedutora
Teve-me em seus braços
Embalando-me em gestos de emoção
E no silêncio, cúmplices trocamos desejos
Enamorando a vida até ao infinito

Não me dei conta do tempo que passou
Do tempo que fugiu da solidão da noite
E na intimidade do sossego
Fui-me transformando
Num corpo adormecido
A noite em sua consciência
Lentamente se afastou
E a lua foi perdendo numa despedida suave
As roupas com que se vestia
Desfazendo-se a clarividência do meu momento

Que belo está o luar
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O Deserto...


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Uma música simplesmente maravilhosa...
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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Estrada de um caminho...

Sem nada para dizer,
pela confusão que vai em meu pensamento
sento-me aqui, hoje sinto-me cansada...

O meu imaginário vai recriando
palavras que percorrem uma estrada
de caminhos trocados de desejos
loucos e inesperados...

Estrada de sentidos tão contrários
de rumos desejados, de palavras caladas,
de vontade de ficar e ir mais além...

Estradas e mais estradas
de uma caminhada que quero ao contrário,
estrada que me vai fazer crescer
e viver com mais sentido
(ou não)...




O meu mundo...



"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudades...sei lá de quê!"


Florbela Espanca
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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vai aonde te leva o coração...



"Quando te sentires perdida, confusa, pensa nas árvores, lembra-te da forma como crescem . Lembra-te de que uma árvore com muita ramagem e poucas raízes é derrubada à primeira rajada de vento, e de que a linfa custa a correr numa árvore com muitas raízes e pouca ramagem. As raízes e os ramos devem crescer de igual modo, deves estar nas coisas e sobre as coisas, só assim poderás dar sombra e abrigo, só assim, na estação apropriada, poderás obrir-te de flores e de frutos. E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não soubres a que hásde escolher, não te metas num ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiras-te, espera e volta a esperar. Fica quieta e em silência, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar"





Susana Tamaro


"Vai aonde te leva o coração"

sábado, 28 de novembro de 2009

Kings And Queens

Into the night
Desperate and broken
The sound of a fight
Father has spoken

We were the Kings and Queens of promise
We were the victims of ourselves
Maybe the Children of a Lesser God
Between Heaven and Hell
Heaven and Hell

Into your lives
Hopeless and Taken
We stole our new lives
Through blood and pain
In defense of our dreams
In defense of our dreams

We were the Kings and Queens of promise
We were the victims of ourselves
Maybe the Children of a Lesser God
Between Heaven and Hell
Heaven and Hell

The age of man is over
A darkness comes and all
These lessons that we've learned here
Have only just begun

We were the Kings and Queens of promise
We were the victims of ourselves
Maybe the Children of a Lesser God
Between Heaven and Hell

We are the Kings
We are the Queens
We are the Kings
We are the Queens

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30 Seconds To Mars

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Mais um de Fernando Pessoa.


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Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e nao estamos de maos enlaçadas.
(Enlacemos as maos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e nao fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as maos, porque nao vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixoes que levantam a voz,
Nem invejas que dao movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagaos inocentes da decadencia.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as maos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.

Ricardo Reis
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Existem poetas que ficam para a eternidade, não porque escreveram poemas, mas porque transmitem sentimentos nas simples palavras que formam um poema.
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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Que sentimento é este?

Que sentimento é este? Que me esmaga por dentro, que corrói a minha alma e endurece o meu coração? Questiono tudo sem no entanto obter resposta alguma. Avanço e recuo, numa dança sem ritmo e desorientada, para encontrar o tudo do nada das vagas respostas que me são dadas a conhecer. Na valsa parada e ausente que vai tocando, as pausas fazem desmoronar tudo que até ali acreditei...são afastamentos desmedidos, são regressos insertos e distantes, são palavras que pouco dizem e fazem tudo ficar exactamente onde está – uma expectativa do que pode acontecer...mas, não acontece…tentar perceber tornou-se algo impensável, se quero continuar a imaginar que pode ser um dia destes…

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Se eu tivesse um mundo...


"Se eu tivesse um mundo só meu, nada teria sentido.


Nada seria o que é, porque tudo seria o que não é.


E contrariamente o que é, não seria... e o que não fosse seria.


Compreendes?"


Lewis Carol em Alice no País das Maravilhas.

sábado, 21 de novembro de 2009

Compasso alucinante...


Na tua presença as horas que antecedem todos os minutos que me ultrapassam, são como vias rápidas infinitas. O compasso do tempo acelera numa velocidade alucinante.
Surpresas constantes em pensamentos hesitantes de ideias. Nesta mente que nocturna fraqueja criam-se mutantes adormecidos, que perdidos vagueiam nesta ponte, nunca só, de sentidos. Que o que tiver que acontecer aconteça, estou disposta a arriscar contigo…

Mundo de cores...


Perdida num mundo carregado de cores,
O contraste do preto e branco torna-se real.

Num gesto egoísta recolho todas as cores
Guardando-as em mim num preto carregado.



Noutro gesto, de partilha, transmito essas cores
A quem as quiser absorver num branco pacífico e calmo.


Como é este mundo?
De que cor o sinto?
Um colorido gracioso,
Um branco perfeito ou
Um preto pesado?

E como me sinto neste mundo?
Não me sinto!
Apenas permaneço nele como se fosse só meu…
Sem ninguém…
Apenas eu permaneço
Onde o preto ou o branco não importam
Apenas permanecem.
Podendo escolher
Quando a minha alma
É mais negra, branca ou colorida.

E tu?
Como te sentes neste mundo?
-

Devaneios....

O destino que nos amarra
Por mais que seja negado
É o destino que nos resta.

Que importa que o coração
Diga que sim ou que não
Se continua a viver.

Deixa-me dar-te um beijo
Um beijo de saudade
Um beijo de mágoa
Um beijo de despedida.

Tudo poderia parecer ternura
Se eu me deixasse embalar
Era menor a amargura
Menos triste o meu pensar
Mas uma vida de ilusões…

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cold

Brrrrr...já não me lembrava que o frio podia ser difícil de se suportar... já tinha esquecido que quando este chega é fresco e traz consigo uns ares assim para o glacial... hoje, sinto-me totalmente gelada... a cara está fria... o nariz congelado e as mãos gélidas...é tão bom quando se chega a casa e se tem a lareira acesa…praticamente meto-me lá dentro para me aquecer…é tão bom ver a minha cama cheia de cobertores em que só me apetece dormir afogada neles e ter aquele sentimento de protecção e reconforto…como quando uma criança sente um beijo na testa e ouve o sussurrar de boa noite... e dormir... calma e serenamente... fechar os olhos e nos meus sonhos sentir a voz sussurrante de uma boa noite...afinal o frio também sabe bem =)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Consigo sentir-me ...


Neste espaço onde me encontro a escrever sou assaltada por vários pensamentos, sentimentos. Emerge a vontade de os transcrever para o papel, de os explicar, talvez a mim própria, sob a forma de palavras. Surgem e atropelam-se uns aos outros na ânsia de serem expostos e decifrados.

Dou uma volta em volta dos meus pensamentos. Paro fronte a ti, como quem enfrenta um nada de um tudo que me enfrenta. Aqui, inspiro a tranquilidade e olho em frente de frente para a vida.

Mergulho no teu som e ouço as minhas entranhas.
Lá ao fundo, nesse teu fim, encontro o horizonte do meu ser.
Nesse teu andar calmo e irrequieto, como quem caminha dançando, encontro os meus sonhos.

O caminho faz-se andando e eu não vou parar.
Enquanto houver vida em mim eu vou-te acompanhar nesse teu caminho infinito para o mar.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Marcas de uma vida...


Para sempre no sempre em mim te vou ter,
Por mais que me afaste ou tente esquecer
No meu corpo despido, que já não enfrento,
Deixas-te marcas do mais cinzento fel.

Foram
Carícias brutais precisadas de alento,
Gestos complacentes desprovidos de afago,
Palavras satisfeitas de completa maleficência.

Tentativas
De fuga letais
De morte falhadas,
De vida perdidas.

De uma vida castigada…
De violência física e psicológica…
De solidão e desilusão…

Se alguma vez existiu vida
Esta morreu todos os dias
Nunca ressuscitou
E para sempre ficará ferida.

No rosto seu rosto vê amargura,
No seu corpo sente dor,
Na alma fica desventura.
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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Voo Nocturno.




Agora já não vejo o sol
nem seu reflexo lunar

levo as asas nos bolsos
e o coração a planar

neste voo nocturno
não sei onde vou aterrar

sinto as nuvens nos meus pulsos
e o leme sempre a consentir

são sempre os mesmos ossos que eu insisto em partir
neste voo nocturno só quero mesmo resistir

neste voo nocturno sou mais leve do que o ar
neste voo nocturno não sei onde vou acordar

em baixo há manchas no canal
mas eu não as quero ver

poeira ou plano está frio
e as hélices a ferver

o nariz do avião
só obedece a quem quiser

agora não existe nada
o meu motor ou ralentim

vou revendo em encurdina
tudo o que eu vivi

neste voo nocturno
a madrugada vem ai

neste voo nocturno sou mais leve do que o ar
neste voo nocturno não si onde vou acordar.


Jorge Palma

domingo, 25 de outubro de 2009

Aprende-se...



Olho pela janela
Vejo o anoitecer chegar,
A pouco e pouco
A luz do dia dá lugar à escuridão da noite,
O dia vai
A noite vem
E uma canção distante
Faz lembrar um sonho, um olhar.

Lá fora a chuva cai devagar,
A noite absorve o sol,
Tudo fica em silêncio
E o último raio de luz
Recorda pedaços de vida.

Há restos
De vontade,
De afecto,
De amor,
De solidão,

Na pele os dias
São viagens de ninguém
Onde se aprende a calar
A dor
A alma
A tremura
O rubor
O que sobra de paixão

Aprende-se a conter o gesto
Aprende-se a não querer mais do que resta...

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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Voz...muda...



No meu ouvido uma voz quase muda, suave e frágil, sussurra palavras que quando decifradas pelos estímulos nervosos das sinapses, percorrem todo o meu corpo. E ao passaram pelo coração atingem-no como se de balas perdidas se tratassem de uma batalha que nuca aconteceu.
Essas palavras, são palavra que gostaria de ouvir de tua boca, mas que para sempre estão caladas na tua garganta.

Porque sonhei mais além do que me era permitido, hoje desço dessa ilusão e deixo-te seguir o teu caminho, que eu já comecei o meu.

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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Amanhacer



Surge lenta e preguiçosa
Com sua claridade empurra delicadamente as brumas que cobrem a montanha.
Esconde a noite de manto negro num lugar incerto e com sua magia faz abrir as flores de aguarela.
Nas gotas de orvalho da madrugada fria a lua num gesto de orgulho reluta em ceder o seu lugar ao sol.
Chega a brisa deleitosa, percorre a superfície de seda do rio arrepiando as pequenas ondas. Sopra suavemente, causando arrepios na copa das árvores.
No seu ímpeto de espalhar amor chega o amanhecer e acorda o mundo.
Faz tremular a chama da vida é hora de despertar.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Arrisca com o coração, sorri com a alma.


São vultos que vão e vêm
Por vezes nítidos, outras indistinguíveis
Assombrosos e revigorantes.

São mistura de contrastes
Uma dicotomia imperfeita
Do que é, do que querer ou do que pode ser.

São o querer
e combater para não querer,
São o ter a certeza
e pretender não saber nada,
São o pensar
e ambicionar não ter sonhos
São o saber
e lutar para não saber,
São o sentir
e desejar não sofrer.
(…)
Sem medo,
arrisca com o coração,
sorri com a alma.

domingo, 18 de outubro de 2009

Entendendo-me...

Procuro
Escrever
Sentimentos
Pensamentos
Vontades
Tudo
Surge num turbilhão
Nada
Tem clareza, perceptibilidade
Tento
Expressar, descrever
Quero
Expulsar, arrancar
Agora
(Des) Complico

Me prendi e libertei
Hoje
Não me entendo, entendendo-me!
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sábado, 17 de outubro de 2009

Há ...



Há um lugar certo no Universo, onde me posso expressar e realizar. Esse lugar é qualquer lugar, onde eu esteja disposta a ser, a dar e receber.

Há um tempo certo para poder brilhar, iluminar e crescer. Esse tempo é qualquer tempo,em que eu esteja presente e reconhecida pelo que sou, pelo que posso, pelo que tenho a fazer, por mim e pelos outros.

Não procuro longe, o que antes não conquistei aqui.

Exploro a plenitude do momento e do espaço que conquisto agora quando me preparo para alcançar voos, nos patamares de luz da minha consciência.

Um caminho lindo me acompanha.

Um lugar maravilhoso me aguarda,a cada despertar.

(Autor desconhecido)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Gosto...


Gosto de chá bem quentinho – Gosto de música – Gosto do arco-íris – Gosto de andar na chuva e ouvir o seu som – Gosto de pipocas doces e salgadas – Gosto do cheiro a terra molhada – Gosto de passear à beira rio – Gosto de praia deserta – Gosto de sol e de calor – Gosto de ver filmes acompanhada – Gosto de estar à lareira – Gosto de andar de mão dada – Gosto de fotografia – Gosto dos meus amigos – Gosto da casa vazia – Gosto de chorar a rir – Gosto de flores – Gosto de chocolates – Gosto de longas conversas pela noite fora – Gosto de beijos envolventes, doces e de parar a respiração - Gosto de ser simpática mesmo com quem não o é para mim - Gosto de pessoas interessantes, queridas, originais, simpáticas, com ideias próprias, teimosas mas com bom coração. - Gosto de sonhar e de ser uma romântica incurável – Gosto de pontualidade – Gosto de cinema – Gosto de perfumes suaves mas que se sentem quando a pessoa sai da sala – Gosto de carne – Gosto de pouco peixe - Gosto de sentir que mais nada existe quando estou com a pessoa que amo – Gosto de licor e de martini - Gosto de tomar banho antes de ir para a cama - Gosto de beijar - Gosto de me deitar em lençóis a cheirar a amaciador - Gosto de jantar à luz das velas – Gosto de cães – Gosto de mimos – Gosto de guardar segredos - Gosto de saber que ajudei alguém de qualquer forma - Gosto de filas de super mercado sem pessoas à frente - Gosto de abraços apertados - Gosto de trautear músicas no duche - Gosto de caminhadas na praia - Gosto de cartas de amor - Gosto de sorrisos sinceros - Gosto de gargalhadas - Gosto de dançar agarradinha - Gosto que me olhem nos olhos - Gosto do nascer do dia - Gosto de trocar ideias - Gosto do silêncio e do som dos pássaros - Gosto de estar numa esplanada - Gosto de ler - Gosto do riso dos bebés - Gosto de tomar o pequeno-almoço ao Sol - Gosto de desafios - Gosto de pessoas um pouco loucas como eu - Gosto de gelados - Gosto do cheiro a eucalipto - Gosto de quadros com paisagens ou animais - Gosto de velas e incenso - Gosto do azul do céu e do seu reflexo no mar…


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Metades de mim...


Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.

Que a musica que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que o homem que eu amo seja sempre amado, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como preçe nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a unica coisa que resta a uma mulher inundada de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corroie por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade e um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convivio comigo mesmo se torne ao menos suportável .
Que o espelho reflicta em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim e a lembrança do que fui, a outra metade eu nao sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espirito.
E que o teu silencio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaco.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para faze-la florescer.
Porque metade de mim é a plateia e a outra metade a canção.

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim e amor e a outra metade... também


Osvaldo Montenegro
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domingo, 11 de outubro de 2009

O tempo do tempo da vida.



O tempo que gira à minha volta é o tempo que esgota o tempo da minha vida.
Esse tempo dessa minha vida é o tempo que consumo para alimentar os meus dias e que já passou.
Mas, eu não faço contas ao tempo que gira e que é o tempo que esgota o tempo da minha vida.
Eu, apenas conto com o tempo que ainda faz parte dos dias da minha vida.
O tempo que passou levou com ele algumas pessoas, levou com ele alguns lugares, levou com ele algumas experiências…
Apenas me resta o tempo que aí vem, e que traz consigo outras pessoas, outros lugares, outras experiências.
O tempo do tempo da vida é o tempo que eu quero viver no seu tempo de cada dia!
Sem pressas nem ilusões…

terça-feira, 6 de outubro de 2009


O mal de todo o romantismo é a confusão entre o que nos é preciso e o que desejamos. Todos nós precisamos das coisas indispensáveis à vida, à sua conservação e ao seu continuamento; todos nós desejamos uma vida mais perfeita, uma felicidade completa, a realidade dos nossos sonhos e (…)


É humano querer o que nos é preciso, e é humano desejar o que não nos é preciso, mas é para nós desejável. O que é doença é desejar com igual intensidade o que é preciso e o que é desejável, e sofrer por não ser perfeito como se sofresse por não ter pão. O mal do romântico é este: é querer a lua como se houvesse maneira de a obter...

Fernando Pessoa
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domingo, 4 de outubro de 2009

Pequenos momentos...



Penso que o tempo que passamos com cada pessoa é o que torna a vida tão importante.

Os melhores tempos da vida constroem-se com pequenos momentos partilhados, pedacinhos de tempo que dividimos com cada pessoa que surge em nossa vida.

Quando, nos instantes de nostalgia, faço uma visita às velhas memórias noto que apenas me é assentido contemplar pequenos flashes. Somente segundos de minutos ou horas de um dia ou de dias inteiros. Mas são os segundos que se revelaram inesquecível e resistentes à passagem do tempo.

São segundos de momentos marcados por um sorriso ou uma lágrimas, uma simpatia ou uma antipatia, uma palavra ou um silêncio, uma presenças ou uma ausência, um entendimento ou um desentendimentos, uma alegria ou uma tristeza, um olá ou um até nunca mais, um beijo ou um abraço, um olhar ou um gesto...

São momentos em que se aprende a gostar, admirar, amar, em que somos capazes de compreender a essência, o rir, o chorar, o desfrutar a companhia de alguém que cruza o nosso caminho

O tempo que “consumimos” com cada pessoa que conseguiu deixar um segundo de um momento na nossa memória, é um tempo que se vive para todo o sempre da nossa existência.

É um tempo que persiste no tempo do tempo de nossas vidas.

E é esse tempo que vou guardar para sempre em mim. São esses segundos de um momento que passamos e que guardo na minha memória que tornam a vida importante.

sábado, 26 de setembro de 2009

Bolas de encantar...


Belas e suaves, flutuam no ar. Transparentes, lisas, breves, cintilantes. Sopro de água, sopro de vida.

Efémera beleza aprazível dessa ténue película que alberga o meu ser dentro de si. Harmonia perfeita de uma diferenciação de géneros, o sim ou o não, o positivo ou o negativo, vida ou a morte, o ter ou o perder, o ser ou o deixar de ser...

Florescem em desertos regados pelas chuvas sazonais com todo o seu esplendor e logo murcham com o estio, salvo algumas que teimam em resistir às agruras do tempo real e vão dando continuidade à sua vida fugaz. Por vezes, numa corrida louca que acaba na meta de um estalar de mil e uma gotas imperceptíveis ao olhar.

São perfeição gerada na imperfeição de um sopro que enaltecem a visão que tantas vezes rejeita o mau visível em detrimento do bom oculto.

São o palco de estrelas esvoaçando no firmamento das chamas do inferno da vida. São o ego individual em crescente, onde o sentir de que o paraíso desceu à terra se manifesta.

São bolas de sabão soltas ao vento, com todo o esplendor e beleza flutuam durando apenas o momento em que o equilíbrio dos elementos químicos se mantém.

De um momento para o outro rebentam permanecendo o salpicar na superfície imaculada como prova de uma breve existência. Como marca traduzida em desilusão e sofrimento ou como lição que se aprende mas que tantas e tantas vezes insistimos em repetir na procura de um sofrer desnecessário.

Vale a pena?

Respondo pela fala do poeta que afirma que tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

Como armadura de ferro apago desilusões, vivo o momento presente, percorro o caminho do qual recolho os pequenos grãos que me consolam a alma e dão sentido à vida.

São bolas de sabão de encantar que coloco no meu caminho!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Um Grande Poeta!


Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre
Esse rio sem fim.

Fernando Pessoa

domingo, 13 de setembro de 2009

Dar o passo e viver!



Simplesmente
um pensamento apenas,
fugaz e duradouro,
em imagens imaginárias,
um fetiche talvez...
uma sorte
ou uma ilusão,
trovoada de um pensamento
simples de te descobrir.

Ocasiões de amar
e, talvez,
desencontros de nunca te encontrar.
Luar de uma ultima primavera,
sentimento de cores e almas lindas
que tocam corações de mentes quentes,
esperando que entrem ideias de mil desafios,
aguardando que a noite possa chegar.

Bebendo palavras,
guardando emoções,
atravessado fantasias e ilusões
criando quimeras de realidades
portentosa alegria de um sonho por realizar!
Mundo livre,
mundo de tantas loucuras!
Sorver a paixão....dar o passo e viver!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Felecidade...



Andamos feitos baratas tontas numa busca incessante e insaciável desse sentimento que a felicidade. Se nos perguntarem o que mais desejamos na vida a resposta, da maioria das pessoas, será: ser feliz! Mas o que é a felicidade? O que é ser feliz?

A reposta a estas questões são todas as possíveis e imaginárias se fizermos as questões a todas as pessoas! Eu poderia, aqui, falar das respostas mais usuais do que é a felicidade ou o que é ser feliz, mas não é esse o meu objectivo. Eu não quero estar a especular o que é ou deixa de ser a felicidade para as pessoas.

A felicidade, a minha felicidade, é uma opção de vida, é uma forma de estar, é um estado de espírito! É acordar de manhã e sorrir, é sentir que respiro, é sentir o meu coração bater, é ter um objectivo de vida, é ter uma família às avessas, mas que é a minha, é ter 3 irmãos que me dão cabo da cabeça, mas que são o melhor que tenho pois sem eles não seria nada, nem teria as oportunidades que tenho hoje, é vestir o que gosto, é comer o que me apetece, é poder estar com os amigos, é ter amigos, é ter a possibilidade de estudar, é poder ver o dia nascer, o conseguir sentir o anoitecer, é poder caminhar, é poder ver TV, conseguir ouvir música sem a qual já não vivo, é sair e passear, é conhecer pessoas, é sonhar e descer à realidade, é rir e chorar, é cair e levantar. Ser feliz é especialmente viver e dar valor ao que nela se tem!

Pode o sol não se por a Oeste. Pode o movimento do Sol ser algo irreal, pois não é o Sol que nasce ou morre, e sim a Terra que gira. Pode o Leste e Oeste, esquerda e direita estarem todos trocados, que podemos ser felizes na mesma.

Porque ser feliz é viver a vida com tudo o que ela nos dá, é colocar a felicidade no nosso dia a dia, é rir, não por qualquer coisa, mas rir quando uma gota de chuva caí e nela ver toda a sua beleza e esperança, é encontrar um sorriso para tudo que a vida nos tira ou priva, é principalmente dar valor ao que temos!

Não nos detenhamos apenas nos detalhes da vida porque assim corremos o risco de perder a visão do que ela é ou pode ser no seu todo! E não nos detenhamos somente no todo porque ficamos sem conhecer as pequenas coisas que a vida oferece!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

SE FOSSE UMA PONTE, QUAL SERIA?

Quando se tem alguma coisa que tem de ser feita falta sempre a vontade para a fazer! E, na falta de vontade tudo se torna aliciante de distracção, principalmente quando se tem um portátil por perto com internet.

Pois é, a minha aliciante distracção foi um daqueles testes que a rádio Comercial tem. Se fosses uma ponte, qual serias? O meu resultado foi:


domingo, 6 de setembro de 2009

O Fado do Encontro




Vou andando
Cantando
Tenho o sol à minha frente
Tão quente, brilhante
Sinto o fogo à flor da pele
Tão quente, beijando
Como se fosses tu.

Ao longe,
Distante,
Fica o mar no horizonte
É nele, por certo
Onde a tua alma se esconde
Carente, esperando
Esse mar és tu.

Pode a noite ter outra cor
Pode o vento ser mais frio
Pode a lua subir no céu
Eu já vou descendo o rio...

Na foz
Revolta
Fecho os olhos penso em ti
Tão perto
Que desperto
Há uma alma à minha frente tão quente,
Beijando
Por certo que és tu.

Pode a lua subir no céu
E as nuvens a noite toldar
Pode o escuro ser como breu
Acabei por t'encontrar.

Vou andando
Cantando
Tive o sol à minha frente
Tão quente brilhando
Que a saudade me deixou
Pra sempre, por certo
O meu Amor és tu.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

É deixar acontecer...



Deixa-me chegar até ti.
Deixa-me aproximar.
Deixa-me entrar um pouco na tua vida.
Aproxima-te.
Diz-me algo.
Fica comigo!
Por vezes parecemos tão distantes,
De uma distância que cria barreiras invisíveis de proximidade
Onde não se revelam sentimentos, pensamentos, vontades.
Vamos quebrar as invisíveis barreiras!
Essas barreiras que me impedem de me revelar, de me aproximar.
Eu quero dar-me a conhecer, assim, exactamente como sou!
Abre-me as tuas portas,
Deixa-me invadir-te,
Deixa-me conhecer-te.
Eu quero-me entregar totalmente ao sentimento,
Sem medo do futuro, vivendo apenas o momento,
Momento esse que te trás até mim,
E me leva até ti.
Basta os dois quererem abrirem as portas de suas vidas,
Depois disso, é deixar acontecer...

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Alimentares Disturbios



Distúrbios alimentares. Nem que seja por uma vez, todos nós já ouvimos falar destas duas palavras, ocasionalmente ou intencionalmente já lemos alguma coisa sobre este tema. Dizem que é a doença do século e que o número de casos registados a nível mundial aumenta quase que exponencialmente com o passar dos tempos.

Se nos alimentamos é porque este acto é uma necessidade fisiológica, mas também porque nos dá prazer. No entanto, como qualquer comportamento humano, o modo como cada pessoa o faz varia. Algumas comem mais, outras menos, umas gostam disto, outras daquilo, algumas engordam com facilidade, outras não. Na complexidade que é a alimentação existem pessoas que chegam a extremos comendo em excesso ou restringindo a sua alimentação de uma forma abusiva dando origem a casos bulimia e anorexia.

As causas destas doenças são várias. Na bulimia e anorexia é de referir que as principais causas são: a cobrança a si mesmo por se achar acima do peso, algumas vezes cobranças dos próprios pais, por se sentir gorda(o), por nunca estar magra(o) o suficiente, por se olhar ao espelho e se ver gorda(o) mesmo não sendo, criando um estereótipo de beleza imposto pela comunicação social, por amigos e pela própria sociedade.

Num mundo que sobrevaloriza a imagem e que criou um protótipo de beleza é difícil explicar a um adolescente ou até mesmo a uma pessoa adulta que deixar de comer ou comer em demasia e depois forçar o vómito não é a forma correcta de emagrecer quando para eles é a única forma real de o conseguir! Não é, de todo, fácil fazer com que essas pessoas pensem nos problemas de saúde que estão inerentes a esses comportamentos alimentares quando para elas o verdadeiro problema é o facto de não emagrecer como desejam!

Sei que não se pode mudar o mundo sozinho, sei que não sou eu quem vai mudar os malditos padrões de beleza estipulados por X, Y ou Z. Se esses X, Y ou Z notassem o mal que causam! Alguns até sabem, mas não tentam mudar isso, pois o poder económico é melhor!

Sim, o mundo é feito por covardes, ninguém toma a iniciativa, dar o primeiro grito e tentar mudar a coisas! O mundo é dominado por preconceitos e hipocrisia. Quantas são as pessoas que dizem querer emagrecer por se sentiram cansadas de sofrer rejeição e preconceito!

Mas, a verdade é de nada adianta, a bulimia não emagrece, só afasta o peso na consciência de ter comido compulsivamente e a anorexia só provoca doenças. Temos que nos aceitar como somos para depois os outros nos aceitarem assim também. Claro que podemos melhorar, para nos sentirmos melhor, levantar a auto-estima, mas isto deve ser uma iniciativa para nós próprios e não para o mundo que nos rodeia e deve, principalmente, ser feito da melhor maneira e com os métodos correctos.
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