domingo, 31 de janeiro de 2010

Mocho


Um som
irrompe
na quietude da noite.

É um piar
que enfeitiça
há quatro anos
algumas noites incertas.

Hoje,
é uma dessas
noites encantadas
em que esse som
usurpa o silêncio
da escuridão avançada.

Solto na noite
com uma mistura
de encantamento e oculto
esse piar fascina-me.

Símbolo de sabedoria
é uma ave discreta, solitária
com hábitos crepusculares e nocturnos
o mocho é uma ave de rapina que me seduz.

.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O sabor da conquista.

Os riscos da vida tem a cor da esperança e o sabor da conquista.
.
Quando alguém não nos valoriza e de certa forma nos quer tramar a vida...surge a vontade de pagar na mesma moeda, mas existem anjos que nos fazem perceber que não somos assim, e que não ganhamos nada ao ser igual a quem não presta...no final quando pensamos que tudo está perdido conseguimos dar a volta bem por cima e trocar as voltas a quem tinha as voltas contadas.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Horizonte



(...)
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte
Os beijos merecidos da Verdade.



Fernando Pessoa
.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A entregar tudo á vida.

Todos lutamos e todos saímos feridos…
E a cada luta aprende-se a viver…




Coração partido e sonhos desfeitos
Todos nós temos.
Para saciar a nossa ambição
Todos nós lutamos, e nunca estamos satisfeitos.
Agora mete na cara um daqueles sorrisos quietantes
Mesmo que esta esteja arranhada por tantos sigilos frustrantes
Aprendi a ouvir com cuidado o palpitar do coração
A entregar tudo á vida e a desfrutar da sensação
Somos escravos de nós próprios e mesmo com tamanha lucidez...
Deixamo-nos cair frágeis, voláteis e fracos... mais uma vez...

Baseado num texto que li.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Anoitecer


A luz desmaia num fulgor d'aurora,
Diz-nos adeus religiosamente...
E eu, que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui...outrora...


Não sei o que em mim ri, o que em mim chora
Tenho bênçãos d'amor pra toda a gente!
Como eu sou pequenina e tão dolente
No amargo infinito desta hora!

(...)

E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho...
Sonhos que são sonhos dos que eu tive...


Florbela Espanca
Livro de seror saudade

sábado, 9 de janeiro de 2010

Liberto o sonho

Dentro do céu
Sonhos
Desejos
São livres
Onde
As circunstâncias
Da vida não
Interferem


Além céu
Consegues
Concretizar
Tudo que
Desejas e sonhas
Para aquele momento


Vão-se semeando versos
Tecendo fantasias iluminadas
Por estrelas da mente
Que se transformam no momento
Que caem em terra


Em terra
Nem sempre controlas
As circunstâncias
Da vida
E vais falhando
Uma e outra vez
Sem mais por onde falhar
Liberto o sonho
Para que ele percorra
O seu caminho em direcção
Ao céu
Pois é esse o seu desejo
Ser livre
E eu continuo
Vou continuando
No sentido do
Horizonte
...