segunda-feira, 6 de abril de 2009

Partilha


Os afectos me mantêm presa….
Os dias enchem-se do que acontece em simultâneo com a minha vida e na daqueles com quem partilho diversos caminhos.
Partilha é isso mesmo, é partilhar caminhos, atalhos, trilhos com as pessoas que estão sempre comigo nesses mesmos e com as que vou encontrando ao longo do percurso.
Tudo se me revela com um significado único…
A partilha surge quando se ligam duas vidas por uma música, um filme, um texto, uma conversa casual ou não, um jogo, um café, um livro, um jornal, internet, …, e se descobre que afinal se tem uma qualquer coisa em comum, entrando-se, desta forma, nesse mundo que é o do entendimento. A união que se estabelece vai-se traduzindo em diversas coisas á nossas volta, que vão construindo uma parte da nossa vida e do nosso ser.
E assim á medida que vou caminhando, vou encontrando novos sons de uma determinada música mas, ao passar, de novo, por um local específico encontra-se na memória alguém que ali esteve (e que, por momentos, parece estar tão perto). Atribuo assim significados únicos ao que me vai surgindo no meu percurso, mantendo-me secretamente ligada ás recordações do que ficou para trás. E o mundo, assim de surpresa, ao por no meu caminho sons já ouvidos, dá-me a sensação de que há algo que se mantém para lá de mim, para lá do que se quebra, passa e emudece.
Quando o corpo pesa menos e há alguém que nos acompanha na corrida dos dias, vamos bebendo um do outro o sentido por onde segue, afinal, o caminho. E vamos introduzindo na nossa memória conjunta aquilo que aprendemos.
Todo o arsenal de recordações, que me inundam, ajudam a vencer a solidão. Em cada uma delas eu consigo encontrar-me com alguém.
São recordações a que continuo presa ou para onde tenta o meu pensamento fugir.
Quem vai chegando ao longo do caminho tem significado por outras coisas. Significa tanto ou mais até dos que foram ficando pelo caminho. O que vem depois instala-se noutros lugares da minha vida…lugares onde tudo começa do nada.
Quem chega depois encontra o meu mundo construído em cima de tudo o que já vivi, e vem contribuir para continuação dessas construção. E podemos, como amantes tímidos, desvendar alguma magia dos sons que conhecemos.
A partilha, é talvez a forma de darmos o nosso nome conjunto a alguma coisa que sempre nos guarde assim com alguém. É condenar o outro a um exílio nas coisas que partilhamos. Com ela volta sempre quem perdemos. Como se tudo continuasse na mesma. É a eternidade que os outros conquistaram mossa vida e a forma de continuar em frente e encontrar novas partilhas…


(O que a falta de sono faz ... lool...mas com isto até já tou com sono, por isso, vou dormir que amanhã, enquanto todos já estão de férias, eu tenho aulas)

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1 comentário:

Anónimo disse...

Não me acredito que tudo isto te tenha dado sono:)...
Mas se realmente foi só te tenho a dizer amiga que tenhas muitas insónias pois adoro ler o que escreves;P

Beijinhos