quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sede de poesia

Cotidiano. Calada a melodia,

rotina a sonhos devorar.
Um suicida fuma crack na esquina,
na esquina a violência a espreitar.

Tanto carro e pouca rua,
Mal cuidada a metrópole.
A incompetência posta nua.
Governante ou zelador de necrópole.

Ensino que (des) ensina,
mobilidade um aleijão.
À saúde cabe a chacina,
Padece a população.

Tenho sede,
          tenho sede de poesia!

Os flatos do progresso(?)
nos sufocam nos efeitos dessa estufa.
Dos hidrocarbonetos à energia nuclear,
Vão sujando nossa casa, poluindo nosso lar.

Terra Mãe tão maltratada...
Seus mares, seus rios...
Suas veias a sangrar!

Tenho sede,
          tenho sede de poesia!

Uns mercam a "salvação",
Outros danação A vender...
Dementes fundamentalistas,
anacrônicos neonazistas,
esquizofrênicos racistas,
moralistas pedófilos,
enrustidos homofóbicos...
Abundante farsa,
epidêmica hipocrisia!

Tenho sede,
           tenho sede de poesia!

Babel de grana e interesses,
globalizada insensatez.
Fukushima nos ensombra,
Hiroshima faz lembrar.
Chernobyl em triste sombra,
persiste o átomo em assombrar.

Bélica apolítica do capital,
Tem nas guerras seu lucro.
Comunidade internacional.
Caiado sepulcro

Do Médio Oriente o terror,
Triste horror do ocidente.
O Império conquistador,
Pôs em risco toda gente..

Tenho sede,
          tenho sede de poesia!



Antonio Pereira (Apon)

2 comentários:

Joana Oliveira disse...

Poema lindissimo, mesmo.
ADOREI-O :)

Ana disse...

Eu quando o li tb adorei, por isso decidi publicar no meu blog (:

bj, obrigada pelo coment