domingo, 30 de maio de 2010

Serpentear de sentires



Num dia que parecera igual a todos os outros
Seus olhos abriram, abraçaram o romper do sol
Pousaram no vazio e relembraram breves imagens,
Vagos Instantes do que fora o seu dormir
Naquela noite que passara.
Lembrara…
A tranquilidade e a suavidade do que a cercava  
O envolvimento cúmplice do mar na areia…
E não tão nítido
Lembrara aquela figura que se aproximara…
Devagar aproximou-se ela também
Precipitou-se para ele,
Não acreditava
No que os seus olhos lhe mostravam…

Sei que não está afinado,
sei que os sons não sairão alinhados
com a orquestra à minha volta, disse ele,
mas esta melodia é para ti.

Ela sorrira
Com o vibrar da sua voz,
Com vislumbre da sua imagem,
Com a possibilidade de o voltar a abraçar,
Por momentos sentira que o tempo voltara atrás,
Por breves instantes acreditara que a morte não é para sempre,
Mas, quando erguera a mão para lhe sentir o rosto o dia começara
E o sonho, esse, fora interrompido pelos quentes raios de mais um romper do sol…

... Mas ainda te sinto, quando agarro areia da praia e esta esvai-se por entre os meus dedos.... nesse momento és real.. e esta distância que nos distância parece esvanecer-se.... vens ... neste serpentear de sentires...

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