sábado, 19 de novembro de 2011

DOE VIDA EM VIDA




Todos nós já ouvimos falar alguma coisa sobre doação de medula óssea. Principalmente são as campanhas de doação de medula óssea ou a comunicação social que trazem até nós esse assunto, trazem até nós pessoas (por vezes anónimas, outras vezes caras conhecidas) que necessitam da ajuda de todos nós, que precisam da nossa boa vontade de com a nossa vida poder ajudar outra vida que se encontra exposta à morte.

Apesar de sabermos que podemos fazer a doação da medula óssea, quantos de nós o faz verdadeiramente? Poucos, infelizmente!

São muitas as pessoas que não fazem doação de medula porque não sabem onde se dirigir e não têm noção do que é necessário. Por essa razão aqui ficam algumas informações sobre a doação de medula óssea.
Todas as pessoas saudáveis de idade compreendidas entre os 18 e os 45 anos podem-se inscrever como dadores de medula óssea, nos centros de Histocompatibilidade que existem no Norte, Centro e Sul do país.


Para a inscrição é indispensável o preenchimento de um inquérito médico, em que todas as respostas são confidenciais e pretendem proteger quem esta fazer a doação e o doente que venha a receber a medula óssea. Este inquérito uma vez avaliado por um médico, se não forem encontradas contra indicações, o CEDACE (Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão) fará análises para determinar as características tecidulares dos leucócitos (chamada tipagem HLA). São estas características que vão permitir avaliar a compatibilidade entre o potencial dador e o doente, antes de este poder vir a receber a medula óssea.
A determinação do HLA requer a colheita de um pouco de sangue da veia do braço, mais ou menos 20 ml, a partir do qual serão também estudados alguns marcadores virais para avaliar se o doador é portador de doenças transmissíveis.


Ficam registados os dados pessoais e a tipagem HLA do potencial dador, que constituem a primeira etapa na doação de medula óssea. No caso de aparecer um doente que tenha compatibilidade tecidular com o doador, então irá ser necessário fazer mais uma pequena colheita de sangue para testes mais precisos. Se estes indicarem que há uma perfeita semelhança entre o doador e o doente, então será feito um exame médico e só depois será feita a colheita de medula óssea.


A colheita de medula óssea poderá ser feita de duas formas diferentes. Numa delas as células são colhidas por uma técnica chamada citaférese, na qual é possível colher as células a partir de veias periféricas no braço, num processo rápido e simples. Neste caso, o sangue retirado da veia do dador passa através de um aparelho que remove apenas as células necessárias para o transplante, devolvendo novamente as restantes células e plasma ao dador. Neste caso para que as células da medula sejam mobilizadas para a periferia é necessário que o dador faça um tratamento com injecções subcutâneas de uma substância chamada factor de crescimento. Este factor de crescimento é uma substância fisiológica que todos nós produzimos diariamente e principalmente quando é exigido ao nosso Sistema Imunitário que responda a uma infecção, por exemplo.
Na outra forma de colheita de medula óssea é feita no bloco operatório, sob anestesia, por punção dos ossos da bacia.
Neste caso há que recorrer a um pequeno internamento de cerca de 24 horas. Não tem riscos para além da curta anestesia a que é sujeito e poderá eventualmente sentir alguns incómodos no local da picada durante um ou dois dias.


O dador poderá sempre optar pela forma de colheita e a cada etapa deste processo ser-lhe-á dada informação sobre o que se vai passar e tem sempre a oportunidade a qualquer momento de continuar ou desistir.
Pode fazer a inscrição de 2ª a 6ª feira, entre as 9h00 e as 17h30, no Centro de Histocompatibilidade do Norte, que fica na cerca do Hospital de S João, junto às Consultas Externas, no Pavilhão Maria Fernanda. Não necessita de estar em jejum.


A transplantação de medula óssea é uma prática terapêutica reconhecida, que permite muitas vezes a cura de doenças graves e que podem ser frequentemente mortais.
Estas doenças são muito variadas e podem ocorrer quer em adultos, quer em crianças. As mais frequentemente citadas são as leucemias, outras há como a aplasia medular (diminuição importante ou ausência na medula óssea das 3 linhas celulares que dão origem aos eritrócitos (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas do sangue periférico), ou ainda algumas imunodeficiências primárias que se manifestam pouco tempo após o nascimento.



Doar não custa nada e as vantagens são todas as inerentes à possibilidade de salvar uma vida, por isso, doe vida, não doe pena nem lamentações. Doe a sua medula óssea, não os seus medos. Porque hoje os outros precisam da sua coragem e da sua medula, amanhã pode ser você ou alguém que lhe é importante a precisar. Duvidas tiram-se, medos superam-se e pena, esse sentimento, só ajuda numa coisa que é: matar alguém mais depressa.



Onde podem obter mais informações:
http://www.chsul.pt/menu.htm
http://www.asst.minsaude.pt/transplantacao/servicos/Paginas/centrohistocompatibilidade.aspx

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