segunda-feira, 14 de maio de 2012

Cá estamos nós outra vez...



Olá
sempre apanhaste o tal comboio
eu já perdi dois ou três
entre o ósseo e as esquinas
ganhei o vício da estrada
neste outra encruzilhada
talvez agora a coisa dé
o passado foi á história
cá estamos nós outra vez

Conheço a tua cara
mas não sei o teu nome
escrevo já aqui
não sei o quê arroba ponto com
eu vou-te reencontrar
noutro bar de estação
ou talvez quando perder mais um avião
o barco vai de saída
tu estás tão bronzeada
é tão bom ver-te assim
ardendo tão queimada

Eu quero reencontrar-te
noutra esquina qualquer
sem saber o teu nome
se ainda és mulher
quero reconhecer-te
e beber um café
dizer-te de onde venho
e perguntar-te porque
sorrir-te cá do fundo
e subir os degraus
eu quero dar-te um beijo
a cinquenta e tal graus

Sempre apanhaste o tal comboio
eu já perdi dois ou três
entre o ósseo e as esquinas
ganhei o vício da estrada
neste outra encruzilhada
talvez agora a coisa dê
o passado foi á história
cá estamos nós outra vez
cá estamos nós outra vez...


Jorge Palma 

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