Irrompem num mundo de sonhos vãos, de falsas realidades, de valores distorcidos. Muitos jovens vivem num filme de ilusões onde procuram cortar as cenas que lhes parecem desnecessárias assistir. Do hoje querem viver o amanhã de cinco, dez anos à frente. Do amanhã desejam a eterna juventude de parties.
Dotados de asas furadas pousam no asfalto os pés que fervilham de ansiedade por correr. Não sabem que direcção seguir, mas correm a um ritmo acelerado. Correm a toda a velocidade sem saber o que sentir, com uma necessidade desmedida de viver tudo sem nada viver. E vão em passos tropeços estrada fora trocando olhares sem nada ver. Levam como lema: cada um segue a sua devoção. Assim vão correndo sem se lembrarem do que deixam para trás, sem se interessarem do que os espera para a frente. E nessa ilusão de vida quando as pernas doem de cansaço, quando as pernas fraquejam das quedas, quando as pernas não mais obedecem aos pés que fervilham por correr, almejam voltar a ser crianças que nunca foram. Lembram que um dia foram crianças que viveram como adultos e desejam ser adultos que vivem como crianças… só que… já não lhes é permitido!