terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Haverá luz
Sugada no escuro?

Será calor
O murmúrio do frio?

Terá amor
O avesso da vida?

Haverá sonhos
No fundo da dor?

Serão gritos
Os cais do silêncio?

Será coragem
A tremura do medo?

Haverá chuva
Que lave este sangue
E deixe que a terra acalme
Devagar
Esquece o medo
Sai do escuro
Abre comportas
Deixa gritar
Vai mais fundo
Persegue o mar

Será só
A vertigem do abismo?

Será mordaça
A leveza do pó?

Haverá negro
Sugado na luz?

Haverá longe
Por dentro de nós?

Ando sobre
Uma aresta de gelo
Na vertigem
De um trapézio de fogo
Mas canta-me um pouco
Na tempestade
E deixa que a terra acalme
Devagar
Esquece o medo
Sai do escuro
Abre comportas
Deixa gritar
Vai mais fundo
Persegue o mar
Persegue o mar
 By Mafalda Veiga 


Plano B


Não será necessário um filme sobre a minha vida. Os bons momentos são tão banais que se tornam desinteressantes numa tela e os momentos menos bons, nunca foram tão maus que valham a pena ficar guardados numa fita. A vida nunca se apresentou como sendo fácil, mas também, nunca se revelou difícil, porque o meu plano B foi sempre viver…



Desenganem-se que não estou deprimida nem com avidez de tristeza porque eu não tenho tempo nem disposição para isso!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Águas-furtadas

Eu sou apenas uma inquilina de umas águas-furtadas com vista para o céu, onde por uma frincha de telhas me é permitido vislumbrar uma nesga de rio… Recosto-me para trás no banco lançando ao céu uma baforada de ideais que se esmorecem ridiculamente com tanta luz… e fico assim nesse vício de ver desfilar as horas e a lua suceder o sol.

E é onde o vício se instala que eu semeio os meus sonhos ao vento!
Que as minhas aspirações me caem do coração e voam para longe, onde só a imaginação pode alcançar.



Mas é onde o vício se instala
Que as duvidas se dissipam…
E com um sorriso faço no ar um gesto romântico
Como se desse para fazer da vida uma pauta de um maestro…


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Alheios

Nasci em um tempo em que a maioria dos jovens haviam perdido a crença em Deus, pela mesma razão que os seus maiores a haviam tido — sem saber porquê. E então, porque o espírito humano tende naturalmente para criticar porque sente, e não porque pensa, a maioria desses jovens escolheu a Humanidade para sucedâneo de Deus. Pertenço, porém, àquela espécie de homens que estão sempre na margem daquilo a que pertencem, nem veem só a multidão de que são, senão também os grandes espaços que há ao lado. Por isso nem abandonei Deus tão amplamente como eles, nem aceitei nunca a Humanidade. Considerei que Deus, sendo improvável, poderia ser, podendo pois dever ser adorado; mas que a Humanidade, sendo uma mera ideia biológica, e não significando mais que a espécie animal humana, não era mais digna de adoração do que qualquer outra espécie animal. Este culto da Humanidade, com seus ritos de Liberdade e Igualdade, pareceu-me sempre uma revivescência dos cultos antigos, em que animais eram como deuses, ou os deuses tinham cabeças de animais.

Assim, não sabendo crer em Deus, e não podendo crer numa soma de animais, fiquei, como outros da orla das gentes, naquela distância de tudo a que comummente se chama a Decadência. A Decadência é a perda total da inconsciência; porque a inconsciência é o fundamento da vida. O coração, se pudesse pensar, pararia. A quem, como eu, assim, vivendo não sabe ter vida, que resta senão, como a meus poucos pares, a renúncia por modo e a contemplação por destino? Não sabendo o que é a vida religiosa, nem podendo sabê-lo, porque se não tem fé com a razão; não podendo ter fé na abstração do homem, nem sabendo mesmo que fazer dela perante nós, ficava-nos, como motivo de ter alma, a contemplação estética da vida. E, assim, alheios à solenidade de todos os mundos, indiferentes ao divino e desprezadores do humano, entregamo-nos futilmente à sensação sem propósito, cultivada num epicurismo sutilizado, como convém aos nossos nervos cerebrais.


Fernando Pessoa 
in Livro Desassossego

Carnaval

Existe alguma coisa melhor do que a alegria deles para nos deixar felizes?



*Mainha eu hoje já posso arranjar-me como tu não posso?
Sim meu bem podes
*Vais-me pintar os olhos, as unhas, os lábios, assim toda?
hmmm não sei
*ohhh vá lá eu quero!
Sim a mainha hoje vai pintar-te toda

(o que se seguiu foram gritos de euforia heheh)

* Mainha eu estou bonita?

Linda meu bem, estás linda (: 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Imortal

"Nalguns momentos, eu decepcionar-te-ei, noutros, tu frustrar-me-ás, mas se tivermos coragem para reconhecer os nossos erros, habilidade para sonharmos juntos e capacidade para chorarmos e recomeçarmos tudo de novo tantas vezes quantas forem necessárias, então o nosso amor será imortal."

 in A saga de um pensador


Mais importante de que comemorar um dia especial é possuir o engenho de festejar em todos os outros, tendo por base o que acima está escrito.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Absolutamente nada

"NA PRÓXIMA VEZ QUE DISSER "NÃO TENHO NADA EM COMUM COM TAL PESSOA", LEMBRE-SE DE QUE TEM MUITA COISA EM COMUM: DAQUI A ALGUNS ANOS - DOIS OU SETENTA, POUCA DIFERENÇA FAZ - AMBOS SE TERÃO TRANSFORMADO EM CORPOS PUTREFACTOS, DEPOIS EM MONTÍCULOS DE POEIRA, DEPOIS EM ABSOLUTAMENTE NADA."

in O Poder do Agora

 

 

 

 

Rihanna - You Da One






Para aquecer este frio que se faz sentir (:

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Para sempre

"O amor é como a sombra. Se correres atrás dela, nunca a conseguirás apanhar, mas se lhe virares as costas, ela seguir-te-à para sempre."

in Pessoas como nós