Às dez para a meia-noite
Tu estarás acordado
E sentirás, talvez,
Uma inconsolável necessidade de chorar
E então serei eu com o que me resta de sensibilidade
A desenhar-te o sol na palma da tua mão
E dar sentido ao grande intervalo que intercala a vida dos teus dias
Porque é preciso ganhá-los,
Ainda que nisso eu encontre uma injustiça
Para a qual me falta ainda uma utopia.
Amanhã de manhã
Vais dizer que sou linda
Mas não me farás sentir bela.
Amanhã de manhã
Será tudo menos meia-noite e cinco.
E já não vou ter vontade de te mostrar
onde mora a minha verdadeira beleza.
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