Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre
Esse rio sem fim.
Fernando Pessoa
1 comentário:
Vejo que continuas a adorar a poesia de Fernando Pessoa, sempre foi um dos teus poetas preferidos...Lembro-me de uma vez dizeres: já não se fazem poetas como Pessoa...disses-t isto com tanta convicção e seriedade que ninguem aguentou o riso e tu ainda te riste mais lolol...tu és um máximo miuda xD
bjitos Paulo Carvalho
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