quinta-feira, 7 de abril de 2011

Deserto

Há quem atravesse um deserto a cada passo que dá na estrada da vida e deixe esmorecer o entusiasmo de cada novo dia a cada amanhecer. No caminho que vai da terra da escravidão à terra da liberdade arrastam-se pela areia, sem antes tentar caminhar de cabeça erguida. Arrastam-se pesarosamente como se não houvesse outra escolha, deixando um rastro de murmúrios habitados de “porquês”. E assim, a cada fim de dia, somam a amarga contemplação das eventualidades a um quotidiano sem esperança que os conduz à revolta. Revolta por rastejarem num deserto sem fim, sem esperança num horizonte diferente.


Nos trilhos da vida esquecemos que às vezes o deserto não é a realidade que nos evolve. Às vezes o deserto somos nós próprios, que teimosamente nos repetimos em rotina já sem vida, em gestos e palavras teimosamente carregados de morte e despidos de vontade de um caminhar diferente. E assim, os passos que percorrem a estrada tornam-se mais amargos, à vida acrescentam-se pesos que ela não tem e passamos ao lado do que é mais importante: VIVER.



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