quinta-feira, 10 de março de 2011

ENTRE A VERTIGEM E O SILÊNCIO

Sim esta é a minha rua
a minha sala, o meu quarto, o meu colchão
em vez de janelas há estrelas
e o tapete o passeio, as pedras do chão
o candeeiro a luz da lua
o cobertor caixas forradas de papel
em vez de vontade o cansaço
em vez de um beijo o vento a rasgar-me na pele
Talvez um dia possa ser
tudo o que o meu sonho quiser
e assim chegue ao pé de ti
talvez um dia possa ser
talvez um dia possa querer
acordar-me a mim
Sim esta é a minha vida
dois braços baixos aí estendidos no chão
entre o silêncio e a vertigem
sorriso gasto sem calor no coração
o sol não nasce, apenas passa
o tempo cai sem nada desenhar no céu
arrasto pegadas na alma
olho pra trás e vejo não há nada meu...


Nuno Norte

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