sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Corpo e Alma



Num passado longínquo, o Homem deve ter ouvido com assombro o som que vinha do fundo do seu peito. Batimentos regulares incompreendidos de origem desconhecida. O corpo era uma gaiola que mantinha aprisionada e dissimulada essa coisa tão estranha. Nesses tempos remotos, essa coisa estranha era a alma.

Actualmente o corpo deixou de ser um mistério, sabemos que o que bate no peito é o coração. E a alma nada mais é que a actividade da matéria cinzenta do cérebro.

A dualidade de alma e corpo está, hoje, definida e caracterizada por termos e teorias científicas que já nada têm a ver com a conotação emocional e religiosa dada pelos nossos antepassados. O que era desconhecido e inexplicável passou a ter uma explicação lógica e racional, deitando por terra a fantasia lírica de corpo e alma.

Mas basta amar loucamente e ouvir o fragor dos sentimentos para que a alma e corpo se tornem unos e ideais científicos se desfaçam.
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1 comentário:

César disse...

Gostei muito, principalmente do último parágrafo.